Martin abraçou o pai na linha da meta e morreu na explosão de Boston

Martin abraçou o pai na linha da meta e morreu na explosão
Chamava-se Martin, tinha oito anos e estava junto à meta da maratona de Boston à espera do pai. Tinha um prémio para o compensar do esforço. O pai chegou finalmente, ele abraçou-o e voltou para junto da mãe e da irmã. Segundos depois, foi apanhado na primeira explosão. Martin é uma das três vítimas mortais dos ataques desta segunda-feira. A mãe e a irmã ficaram gravemente feridas.

Não importa quanto tempo se demora a chegar, mas quando se corta a meta é sempre uma euforia. Tanto para quem corre como para quem fica a aplaudir. Seria esse o estado de espírito de Bill Richard quando chegou ao fim. O abraço do filho terá sido o único prémio que recebeu, até porque o relógio da maratona já marcava 4 horas, 9 minutos e 43 segundos. A maior parte dos 27 mil corredores inscritos tinha cortado a meta há hora e meia. Faltavam sobretudo atletas amadores, com menos ritmo e que, por isso, demoraram mais a chegar ao fim.
Martin esperava o pai, ao lado da mãe e da irmã mais nova. Avançou para o abraçar e depois voltou para junto delas, enquanto o pai continuou a andar – parar é a pior coisa a fazer depois de correr 42 quilómetros. Foi então que a primeira bomba explodiu, eram 14h50 (hora local). Doze segundos depois, a segunda explosão. O menino morreu logo, a irmã perdeu uma perna, a mãe ficou ferida com gravidade e ambas continuam internadas.
E de repente, os aplausos e os gritos de incentivo deram lugar ao choro e aos gritos de horror. Havia sangue, vidros e pó por todo o lado. As tendas médicas instaladas na zona da meta para dar apoio aos corredores transformaram-se em autênticos hospitais de campanha. As imagens mostram pessoas ensanguentadas a serem levadas em braços, outras em cadeiras de rodas, pessoas a fugir e outras a ajudar os feridos com torniquetes improvisados.
fonte:publico.pt