Quatro alunos dos 6º e 7º anos da EB 2,3 de Porto Alto, em Benavente, fizeram um abaixo-assinado dirigido ao diretor do agrupamento a pedir autorização para saírem da escola para fumar, "pelo menos três vezes por dia".
"Vimos pedir que nos deixem ir fumar lá fora, sempre e só acompanhados por uma auxiliar, permitindo-nos ir pelo menos três vezes por dia sem arranjar confusão", lê-se na carta assinada pelos alunos de 15 anos, que acrescentam: "Este pedido serve para que os mais novos não nos vejam a fumar dentro da escola. Sabemos que o exemplo que transmitimos não é o melhor, mas queremos melhorar."
A carta chegou às mãos do diretor do agrupamento de escolas de Samora Correia há duas semanas. Os pais foram contactados, e, para surpresa, houve quem achasse errado proibir os alunos de fumar dentro e fora da escola. "Houve uma mãe que entendia que devia ser permitido sair da escola para fumar. É a própria mãe que dá o dinheiro para comprar tabaco", contou Eulália Santos, coordenadora da EB 2,3 de Porto Alto, referindo que se trata de alunos oriundos de meios familiares complicados: "Dois têm acompanhamento psicológico."
No intervalo das aulas, revelou Carlos Amaro, diretor daquele agrupamento, dois funcionários têm por missão vigiar o consumo de tabaco. O mesmo grupo de alunos está referenciado por comportamento agressivo. "Já nos perguntaram quando é que respondemos. São alunos carentes. Na escola são insolentes e agressivos. É como chamam a atenção. Não há um dia em que não sejam expulsos da sala de aula", afirmou a coordenadora